Terminei Folklore semana passada e foi um jogo sensacional! Jogo do início da geração do PS3, sem port, pouco acessível hoje em dia e cada vez ficará menos, infelizmente, será que portarão no futuro?
O jogo possui dois protagonistas que são chamados para uma cidadezinha de litoral, com um visual de uma vila de pescadores, bem pequena.
Ellen, uma garota que recebe uma carta de sua mãe.
Keats, um jornalista de um jornal de assuntos sobrenaturais que recebe um telefona pedindo ajuda.
Os dois se encontram em um penhasco e há mais uma pessoa no local, porém, essa pessoa já está morta e foi um assassinato, assim começa o mistério, essa morte não foi a única, há uma série de assassinatos para resolver voltando até 17 anos atrás.
Mas a vila tem uma característica especial, uma conexão com o Netherworld, habitado por Folks, é a parte de ação do jogo onde você luta e encontra com os mortos para poder ter algumas respostas (?) do que está acontecendo.
Esse tipo de jogo é um pouco complicado, porque ou você conecta com o mistério e as perguntas levantadas ou tudo perde a graça. Eu tenho dificuldade de me conectar com jogos de clima de terror, mas gosto de histórias de detetive. Mas ando numa vibe sobrenatural e o joguei no momento certo.
Talvez o que te faça entrar mais no clima é a música, acho que elas não são originais, parecem familiar, mas, muito bem executadas e colocadas no jogo, começa a tocar durante a cutscene e você já se conecta!
De dia com os vivos, de noite com os mortos. Pelo componente detetive vem o medo do jogo ser burocrático para progredir, mas não, a parte de dia é curta, com cenas em quadros que lembram muito as de Gravity Rush, rapidamente você passa e entra no Netherworld para a parte de ação e ela também é diferenciada.
Você captura a alma dos monstros derrotados e usa eles como ataque. Cada inimigo tem uma fraqueza para um tipo de ataque diferente, acaba que cada área nova, é um novo puzzle de pontos fracos e fortes para aprender. Você pode até lutar sem usar os pontos fracos e fortes, mas aí o inimigo morre, sem te dar a oportunidade para capturá-lo. Você não parte para cima dos inimigos, você mantém a distância e invoca os monstros, as batalhas são bem estratégicas e te passam bem a sensação de ser um Summoner.
Um dos pontos que bloqueia muita gente é a alternância dos protagonistas, você alterna entre a Ellen e o Keats e o melhor do ponto de vista narrativo é alternar mesmo, nessa ordem: Ellen > Keats. É onde a história se conecta melhor, fazer uma rota e depois a outra pode ser mais frustante, ter respostas e depois voltar para um momento onde os personagens não sabem de nada. Mas o que assusta o povo é que os dois passam pela mesmos cenários, porém, as salas são pequenos quadrados simples, não tem interação, não tem puzzles de cenário, a primeira é igual a última. Todo puzzle, toda ação, é voltado para o combate e Ellen e Keats enfrentam inimigos diferentes com pontos fracos e fortes diferentes, então de fato não há repetição entre as áreas dos dois personagens.
Apesar do clima de mistério, as áreas são bem coloridas o que muito me agrada. Colorido, mas sombrio, normalmente as screens de divulgação, inclusive as que uso, são da área inicial que é uma floresta, é o que se tem de mais escuro no jogo.
Infelizmente o jogo tem uma feature que quase me fez desistir do jogo: Uso do sensor de movimento do controle. É usado para "sugar" a alma do Folks. Para inimigos comuns não interfere, mas inimigos mais fortes, com mais HP, possuem comandos de movimentos diferentes para captura e se você falhar em capturar eles se recuperam e você tem que lutar novamente. Teoricamente o que deveria te dar sensação de alívio após uma longa batalha, te dá frustração de ter que repetir tudo por um controle ruim. Mas são poucos, dá para superar, mas que a vontade de largar vem, vem.
Clima de mistério, muito sobrenatural, batalhas de ação, mas cheio de estratégia. Áreas de história curta, áreas de ação curtas, fazendo o jogo sempre fluido, quase perfeito não fosse o péssimo controle de captura. Era um jogo que não fazia ideia que seria tão bom e fico feliz de não ter deixado passar.
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